
Eficiência de fungos entomopatogênicos no controle de formigas cortadeiras da espécie Acromyrmex crassispinus
As formigas cortadeiras são importantes potenciais pragas em plantações florestais, pois podem causar danos significativos às plantas. A Acromyrmex crassispinus, conhecida como formiga quenquén ou ainda formiga quenquén-de-cisco, é uma das espécies mais comuns de formigas cortadeiras no Brasil, e é encontrada em uma variedade de habitats, incluindo florestas, campos e pastagens.
São comumente encontradas e representam riscos para quatro dos principais gêneros representativos do setor florestal: pinus, tecas, seringueiras e eucaliptos; seja atacando as plantas jovens, cortando as folhas novas e tenras das mudas e levando-as para seus formigueiros, seja cortando as folhas mais velhas reduzindo assim significativamente a produtividade de madeira ou ainda afetando a produção do látex, no caso das seringueiras. Os níveis de danos variam causando prejuízos às plantações e levando a perda de produção e aumento dos custos de controle.
Tradicionalmente, o uso de pesticidas químicos tem sido uma prática comum para combater essas pragas, no entanto, crescentes preocupações ambientais e a busca por métodos mais sustentáveis têm estimulado a exploração de alternativas inovadoras, pois o controle químico apresenta uma série de desvantagens, incluindo:
- Efeitos negativos sobre o meio ambiente: Podem contaminar o solo, a água e o ar, causando danos a outros organismos, incluindo plantas, animais e humanos.
- Desenvolvimento de resistência: As formigas cortadeiras podem desenvolver resistência a inseticidas químicos, tornando mais difícil o seu controle.
- Custo elevado: Os inseticidas químicos são geralmente caros, o que pode aumentar os custos de produção.
Ao optar por fungos entomopatogênicos, a silvicultura adota uma abordagem mais inovadora, sustentável e amigável ao meio ambiente. Esses agentes biológicos têm a capacidade de controlar populações de formigas cortadeiras de maneira eficaz, sem os efeitos colaterais prejudiciais associados ao uso extensivo de pesticidas químicos. Além disso, promovem a preservação da biodiversidade, contribuindo para o equilíbrio natural dos ecossistemas florestais, alinhando-se com princípios de gestão florestal de longo prazo, promovendo práticas agrícolas mais equilibradas e resilientes.
Podem ser aplicados de várias maneiras, incluindo pulverização, espalhamento ou injeção. Os fungos mais estudados para esse fim são Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae, que infectam as formigas por meio da pele ou do trato digestivo e uma vez dentro do corpo da formiga, os fungos liberam toxinas que matam o inseto.
Em conclusão, os fungos entomopatogênicos são uma alternativa promissora ao controle químico de formigas cortadeiras. Mais seguros para o meio ambiente, menos propensos a desenvolver resistência e geralmente mais baratos do que os inseticidas químicos. O desenvolvimento de novas tecnologias para a aplicação dos mesmos e a compreensão de seus mecanismos de ação podem contribuir para o aumento da eficiência e da viabilidade econômica desse método de controle biológico.
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Autora: Gizelle França